SÃO PAULO - O Google anunciou, nesta segunda-feira (9), a compra do site de compartilhamento de vídeos YouTube. O Google pagará US$1,65 bilhão em ações aos proprietários do serviço.
Diretores de Google e YouTube passaram toda a tarde desta segunda-feira reunidos para acertar os detalhes do negócio. As partes optaram por anunciar o acordo após o fechamento da Nasdaq, às 16 horas em Nova York, 17 horas em Brasília.
A informação de que o Google compraria o YouTube ganhou força na sexta-feira (6) e chegou a ser divulgada em alguns meios de comunicação. A transação é a maior aquisição, em valor, já feita pelo Google.
Em breve nota, o Google afirma que está "feliz e entusiasmado com a aquisição" e afirma que "preservará as características do serviço que criou uma vibrante comunidade na internet". O Google diz ainda que o negócio cria "novas oportunidades" para a empresa.
Fundado em fevereiro de 2005, o YouTube é um dos pioneiros em serviços de publicação de vídeos na internet. Atualmente, 100 milhões de vídeos são vistos diariamente no YouTube e, a cada dia, novos 65 mil vídeos são postados no serviço.
Nos Estados Unidos, a predominância do YouTube sobre seus competidores é notória. De acordo com estudo da empresa de marketing Hitwise, o YouTube responde sozinho por 46% da audiência de vídeos na internet no mercado americano. Seus competidores vêm bem atrás. O site MySpace, da NewsCorp, detém 23% deste mercado e o Google Videos 10%.
O site, que só nos Estados Unidos recebe 20 milhões de visitantes únicos por mês, já recebeu US$ 11,5 milhões em dois aportes de capital. Sua sustentabilidade, no entanto, é constante alvo de especulações.
Afinal, os custos para manter uma infra-estrutura que sustente o crescimento do YouTube são elevados e não há contrapartida relevante de venda de anúncios ou outras receitas.
Além de interesse estratégico pelo mercado de vídeos, o Google tem recursos para financiar o crescimento do serviço. Wall Street estima que o Google tenha em torno de US$ 10 bilhões em caixa, disponíveis para novos investimentos e aquisições. O gigante das buscas tem ainda forte expertise para explorar o potencial comercial do YouTube.
Recentemente, o bilionário investidor e veterano da internet Mark Cuban manifestou opinião negativa sobre o YouTube. Cuban diz que o site viola constantemente leis de copyright ao permitir que conteúdo proprietário seja publicado em seu serviço sem controle.
O investidor acredita que o atual sucesso do serviço será soterrado por uma “avalanche de processos” num futuro próximo. O investidor afirmou ainda que “só um idiota compraria o YouTube”.
O serviço de compartilhamento de vídeos, no entanto, tem feito grande esforço para diminuir este risco. Além das ferramentas para tirar do ar vídeos ilegais, o YouTube anunciou acordos com grandes estúdios americanos como Universal, CBS e Sony para exibir seu conteúdo online.
A expectativa em torno da compra do YouTube fez as ações do Google se valorizarem ao longo do dia na Nasdaq. Ao final do pregão, a ação do Google era vendida a US$ 429 valorização de 2,02% frente a 0,51% do índice da Nasdaq.
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