Veja o que as empresas de tecnologia estão fazendo para deixar os funcionários mais relaxados.
Durante quinze minutos por dia, mais de 3 500 funcionários do call center da operadora de celular TIM em todo o Brasil dão uma trégua no atendimento, em esquema de turnos, pa-ra praticar exercícios de ginástica laboral. No lugar de computadores e telefones tocando sem parar, a cena é outra. Homens e mulheres realizam uma série de exercícios indicados pelos fisioterapeutas. A ginástica laboral na TIM é apenas um exemplo da preocupação dos gestores de recursos humanos das empresas de tecnologia em prevenir o estresse de seus funcionários. E não é para menos: 97% dos profissionais de TI, em uma amostra de 3 mil pessoas no mundo todo, alegam sofrer de estresse em seu ambiente de trabalho, segundo pesquisa da consultoria americana SWNS.
Com isso, muitas empresas de tecnologia estão criando programas de qualidade de vida, com aulas de ioga, exercícios de ginástica laboral e sessões de massagem, relaxamento e acupuntura. Na TIM, os benefícios da ginástica laboral estão sendo sentidos tanto pelos atendentes dos CRCs (Centros de Relacionamento com o Cliente) — que passaram a sofrer menos com doenças ocupacionais — quanto pela operadora, que registra menos faltas ao trabalho e licenças médicas. Segundo o médico Sergio de Lucca, gerente de segurança do trabalho, saúde e meio ambiente da TIM, o programa gratuito existe desde 2002 e tem 90% de adesão dos funcionários. “Fazemos anualmente uma avaliação com os profissionais que reclamam de dores e que sofrem de estresse. A melhoria é notável porque o exercício certo também afeta a mente”, diz. A TIM ainda mantém um acordo para sessões subsidiadas de shiatsu, nas quais o funcionário paga de 8 a 12 reais.
Para a fisioterapeuta Graziela Carradori, sócia da FisioHealth Fisioterapia Empresarial, dez minutos de ginástica laboral são suficientes para relaxar. Os exercícios englobam alongamentos, relaxamento muscular e flexibilidade das articulações. “Além do físico, a ginástica laboral dá um descanso para o cérebro, o que ajuda a prevenir o estresse. Às vezes, não é o trabalho que é estressante e sim o ambiente”, diz.
É o caso da equipe de TI do Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo. “Os profissionais da área de tecnologia não estão diretamente ligados à UTI, mas o ambiente é tenso”, afirma Núbia Viana, gerente de projetos médicos de TI do Albert Einstein. Ela mesma pratica ioga semanalmente dentro do hospital, por meio do programa Mais Vida. Criado há três anos, consiste em aulas de ioga e ginástica laboral. O centro de informática possui uma turma de ioga ministrada duas vezes por semana. “O hospital paga 80 reais para cada funcionário, o que representa 70% do valor total da sessão. O restante é por conta deles”, diz Rita André, coordenadora geral de recursos humanos e do programa Mais Vida.
ACADEMIA SUBSIDIADA
De acordo com um estudo do Ministério da Saúde, os programas de bem-estar oferecidos pelas empresas trazem um aumento de produtividade de 5% aos funcionários e reduzem em 15% as faltas ao trabalho. Isso se reflete diretamente no bolso das empresas. A Lexmark, por exemplo, conseguiu reduzir o custo com o plano de saúde de seus funcionários depois que implementou algumas atividades na empresa. A primeira delas foi a academia. O profissional escolhe a unidade da Companhia Athlética que desejar e paga 30% da mensalidade para os cargos de gerência para baixo e 50% de gerência para cima. “O funcionário tem de se dispor a ir no mínimo nove vezes por mês, porque nossa meta não é ganhar músculos, mas sim ficar com a saúde em dia”, diz Ricardo Rodrigues, diretor de recursos humanos da Lexmark.
A empresa também contratou a assessoria esportiva Running Fun para fazer avaliação física nos funcionários e traçar objetivos específicos, como perder peso e melhorar a freqüência cardíaca. “Se alguém gosta de correr no parque do Ibirapuera, marca horário com o profissional da Running Fun, que o acompanha no treino”, afirma Rodrigues. Além disso, os funcionários contam com apoio nutricional e médico e são submetidos a um check-up anual gratuito na empresa.
“O foco do centro de prevenção são aquelas doenças que aparecem e a pessoa não percebe, como estresse, diabetes, pressão alta e problemas cardiovasculares. Quando começamos a aplicar esses métodos, fizemos um acordo como plano de saúde e conseguimos reduzir o preço, já que as despesas também caíram consideravelmente”, afirma Rodrigues. Antes de 2002, a Lexmark gastava 35% a mais do que estava no contrato do plano de saúde porque os funcionários usavam muito o convênio. Hoje, esse índice está em 10% abaixo do limite fixado no contrato.
MASSAGEM PARA RELAXAR
O centro de pesquisas americano Touch Research Institute conduziu cerca de 78 estudos sobre os efeitos positivos da massagem no ambiente de trabalho. Identificou que há um ganho na redução de dores, de problemas pulmonares e dos níveis de glicose em diabéticos. Baseada em pesquisas como essa, a HP decidiu investir num programa preventivo, o Viva Melhor. Ele envolve sessões de shiatsu, drenagem linfática e massagem e aulas de academia. Além disso, há check-up e orientação alimentar e médica gratuitas.
“Há um ganho tanto para quem sofre de estresse quanto para aqueles que têm algum tipo de doença, como pressão alta e diabetes”, diz Jair Pinucci, diretor de recursos humanos da HP. E os resultados, de fato, vêm aparecendo. “Além de melhorar a relação da empresa para o funcionário, revertemos isso em economia com seguros e planos médicos. Nossa apólice de seguro está muito abaixo do normal”, afirma.
Fonte: InfoExame
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