terça-feira, fevereiro 27, 2007

Desenvolvimento tecnológico abre campos para área de saúde

Os clientes do Gabinete de Ecografia e Radiologia (Gaer), localizado na cidade do Porto, em Portugal, não imaginam que seus exames fazem uma viagem transatlântica para que sejam preparados os laudos. O laboratório Fleury, em São Paulo, recebe as imagens digitais de raios X, tomografia e ressonância magnética do instituto português e envia de volta, em até 48 horas, o relatório com a leitura dos exames.

"Antes de nos procurar, o doutor Manoel Reis, do Gaer, teve uma experiência com a Índia e não ficou satisfeito", explica José Marcelo de Oliveira, diretor do Centro de Diagnóstico do Fleury. "Teve problemas com a língua e a qualidade do serviço." Com isso, resolveu procurar o Brasil para fechar um acordo de telerradiologia. Os primeiros relatórios do Fleury para Portugal foram feitos no começo do segundo semestre de 2006. A expectativa é realizar 10 mil laudos este ano.

O avanço das tecnologias da informação e da comunicação cria oportunidades para o Brasil exportar serviços não somente nas áreas relacionadas a elas. Em seu livro O Mundo É Plano, o jornalista americano Thomas Friedman relata o caso de hospitais pequenos e médios dos Estados Unidos que estão terceirizando a leitura de imagens radiológicas para a Índia e a Austrália.

"Nós não temos a vantagem do fuso horário", afirma Oliveira. "Mas estamos trabalhando para reduzir o prazo de envio do laudo. Na próxima fase, em que atenderemos hospitais, o relatório médico ficará pronto em até uma hora." O Fleury projeta que, em cinco anos, 5% da receita de seu centro de diagnóstico virá de contratos externos, o equivalente a R$ 6 milhões ou R$ 7 milhões por ano.

Oportunidades Ainda na área de saúde, existem grandes oportunidades no Brasil para a exportação de serviços para a indústria farmacêutica. "Este mercado de outsourcing (terceirização) movimenta mais de US$ 70 bilhões por ano em todo o mundo, sendo cerca de US$ 40 bilhões em fabricação", aponta o consultor Hitendra Patel, do Monitor Group, que participa amanhã do evento Brasil Outsourcing, em São Paulo.

Patel vê oportunidades para o Brasil nos contratos de terceirização de pesquisa e de gerenciamento de informação para a indústria farmacêutica. Para ele, os principais desafios para o País são algumas vantagens competitivas da China e da Índia, como o tamanho de seus mercados locais, a agressividade das empresas desses países, a língua inglesa, o custo menor na Índia e a eficiência de fabricação na China.

Uma área em que o Brasil já tem alguma tradição é a de estudos clínicos, para testes de novos medicamentos. "Dentro da Merck, o Brasil é o terceiro maior centro do mundo, depois dos Estados Unidos e do Canadá", diz João Sanches, diretor de Comunicações da Merck. Atualmente, a empresa tem 30 projetos em andamento no País, com 4,5 mil pacientes e 120 centros participantes. O Brasil analisa mostras vindas de toda a América Latina.

"Temos centros de excelente qualidade, mas temos perdido espaço rapidamente por entraves regulatórios", explica Sanches. Os estudos clínicos precisam da aprovação do Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) do Conselho Nacional de Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). "A aprovação de um estudo leva de seis meses a um ano no Brasil. Em outros países da América Latina, leva três meses. Não estamos pedindo para facilitar ou flexibilizar regras." A demora dos reguladores, no entanto, tem feito o País perder contratos externos.
As informações são do O Estado de S. Paulo.

Fonte: Ultimo Segundo iG

0 comentários:


Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More

 
Design by Free WordPress Themes | Bloggerized by Lasantha - Premium Blogger Themes | Powerade Coupons